Reunião dos sindicatos com representantes do Governo no Palácio do Iguaçu resulta na formação de Comissão para elaborar proposta sobre pagamento da data-base já em maio 

A paralisação na Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) atingiu certa de 90% das atividades nos campi Uvaranas e Central, nesta segunda-feira, 29/04, dia de luta de professores e técnicos nas Universidades Estaduais e demais categorias de trabalhadores do serviço público em todo Paraná.  O índice de adesão à paralisação na UEPG foi confirmada pelas direções do Sindicato dos Docentes da UEPG (SINDUEPG) e Sindicato dos Técnicos e Professores da UEPG (SINTESPO). O movimento na UEPG também contou com o apoio dos estudantes que, na grande maioria, não compareceu às aulas.

Além da paralisação na UEPG, uma caravana com técnicos, professores e estudantes seguiu para Curitiba, para compor o movimento dos servidores públicos na Marcha em nível estadual ao Palácio de Iguaçu, que acompanhou a reunião das lideranças de 23 entidades sindicais com representantes do governo de Ratinho Junior (PSD), na manhã desta segunda-feira.

O presidente do SINDUEPG, Marcelo Ubiali Ferracioli, considerou “de forma bem sucedida” a paralisação na UEPG: “Tivemos a chance de panfletar, dialogar com a comunidade, estabelecer o debate público, onde professores, funcionários e estudantes puderam se manifestar a cerca dos demandos deste governo e de governos anteriores que precarizam as condições de traballho de todo funcionalismo e atacam diretamente a Universidade Pública que queremos”.

O presidente do SINTESPO, Plauto Coelho,  também considerou a paralisação “uma demonstração de força dos sindicatos” na UEPG: “A adesão dos servidores foi enorme”.

Os servidores públicos reinvindicam o pagamento da data-base, referente às perdas salariais com a  inflação não pagas desde 2016 pelo ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), e agora sob ameaça de perda também no atual governador Ratinho Junior, que alega falta de orçamento. Ratinho Junior também ameaça acabar com os quinquênios, licenças especiais  e progressões na carreira, além de rever as nomeações do último concurso público, sob a alegação de falta de dinheiro no caixa do Estado.  O índice das perdas da inflação já somam 16,24% desde 2016 até abril deste ano. Já para maio, o percentual pode chegar a 17,02%, segundo cálculos das entidades sindicais.

O movimento sindical se posiciona também contra a Reforma da Previdência do Governo Bolsonaro, em tramitação na Câmara dos Deputados. Para os trabalhadores, a proposta do Governo Federal é maior ataque aos empregados da iniciativa pública e privada e representa o fim do direito à aposentadoria.

A reunião dos sindicatos com representantes do Governo contou com a coordenação do  Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES) e demais sindicatos, entre eles o Sindicato do Professores do Ensino Superior Público Estadual de Londrina e Região (SINDPROL/ADUEL), Seção Sindical dos Docentes da UEM (SESDUEM) e Sindicato Docente da Unioeste (ADUNIEOESTE), integrantes do Comando Sindical Docente (que conta também com a participação do SINDUEPG) e SINTESPO.

O presidente do SINTESPO considerou positiva a reunião no Palácio do Iguaçu pela oportunidade de “abertura de diálogo com o atual Governo”. Do resultado da mesa de negociação, foi indicada a formação de uma comissão para formulação de proposta para data-base a ser paga ainda em maio. O diretor do SINDPROL/ADUEL presente na reunião dos sindicatos com o governo, Ronaldo Gaspar, destacou: “Ficou claro, através das falas de um ou outro deputado da situação presentes na reunião, que o governo não quer se indispor de modo muito contudente e ser demasiadamente intransigente com relação aos servidores porque sabe que isto pode ter consequências muito negativas. O 29 de abril e as consequências para o Beto Richa estão ainda no horizonte do início deste governo”.

Na tarde e noite desta segunda-feira, o SINDUEPG mantém as atividades da agenda de paralisação na UEPG, nos campi Uvaranas e Central, a partir das 17h30.