Nesta quarta-feira, 04, professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) realizaram Assembleia Geral Permanente do Sindicato dos Docentes da UEPG (SINDUEPG) para avaliar os resultados da greve do dia 03/12 e mobilização em Curitiba que aconteceram na terça-feira, 03. Por decisão unânime, foi mantido o estado de greve e assembleia permanente. Enquanto acontecia a reunião, em Curitiba os deputados aprovaram a PEC da Reforma da Previdência, motivo pelo qual os professores paralisaram as atividades.

“A avaliação política que eu faço é que a reforma da previdëncia é uma derrota brutal sob o ponto de vista dos nossos direitos, mas esse processo está acontecendo em todos os estados e o Paraná foi o que produziu a reação mais significativa, massiva e articulada”, comenta o presidente do SINDUEPG, Marcelo Ubiali Ferracioli. “Isso é resultado de um esforço consciente de todos os sindicatos, nós conseguimos fazer essa luta. Vamos seguir em frente, ainda temos muitas lutas pela frente. Temos que valorizar a articulação que construímos em 2019. Com ela já está difícil, sem ela não tem luta. Vamos seguir sob vigília, tem muitas coisas para acontecer”, finaliza.

“O governo e aqueles que trabalham pelo capital conseguem agir de forma muito rápida, com elementos e armas que muitas vezes a gente não tem. Não podemos perder de vista aquilo que estamos construindo”, assinala a vice-presidente do SINDUEPG, Carina Darcoleto. “Ontem (03), mesmo com a dureza, a solidariedade que encontramos nos companheiros, se repetiu como foi em 2015. Vimos a solidariedade, a união, a parceria. Isso a gente não perde, tem que manter e fortalecer. Para mim é um prazer muito grande cada vez que conseguimos estar juntos. Estamos construindo nosso movimento”, garante.

“Outras lutas virão também, temos que pensar o que e como faremos. Vem a reforma administrativa e a reforma sindical, para fragilizar ainda mais os sindicatos que já existem, e depois, outros ataques, congelamento da data-base, fim do TIDE, entre outros prejuízos”, enumera o tesoureiro do SINDUEPG, Arcelio Benetoli.

“Eu senti mais ontem do que em 2015, porque lá não tínhamos a avaliação do quanto ainda seríamos massacrados com outros retrocessos”, relembra a professora Maria Julieta Weber, do Departamento de Educação, sobre o massacre de 29 de abril de 2015. “O sentimento hoje é de tristeza, mas o que eu gostaria de falar não é num tom de derrota. É pensar que ontem fomos lá, fomos vitoriosos sim, no sentido de estarmos lá. Temos muitas questões para pensar e reverter. Ontem ficou provado que há um grande receio por parte dos deputados. Não podemos dizer que não aconteceu nada. Ontem nós fizemos a Assembleia vibrar, isso não é pouco”, afirma.