Sofia Manzano, candidata à vice-presidente pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), em visita à Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (SINDUEPG), na tarde de 23 de setembro, falou sobre a proposta de universidade popular em que os reais interesses da população sejam atendidos e não os interesses do capital.

Sofia destacou que houve a expansão da universidade, sem condições adequadas, pois tem ampliado o acesso, tem formado mais profissionais, feito mais pesquisas, desenvolvido tecnologia e ciência. No entanto, isso tem acontecido nos marcos do desmonte do Estado, em que há investimentos insuficientes e, como solução, há a adoção de mecanismos privatistas (diretos ou indiretos) das fundações de apoio, instituições de fomento ou de financiamento direto das empresas privadas, bem como a terceirização da contratação de funcionários, gerando relações de trabalho que não garantem, minimamente, a segurança dos trabalhadores.

A precarização das condições de trabalho, no contexto das universidades, tem desumanizado os trabalhadores, pois a rotatividade, como resultado dos contratos precários, não cria formas de sociabilidade humanizadoras.

Destacou, ainda, que o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES) possibilita uma unificação dos professores na luta por melhores condições de trabalho, já que há uma heterogeneidade entre as universidades, em termos de condições de trabalho e de valorização, que precisam ser superadas.

Para Sofia Manzano, há que se fazer, continuamente, um debate mais profundo sobre a forma de fazer política, seja no plano cultural, político-partidário ou no contexto em que desenvolvemos nosso trabalho, a fim de superarmos os interesses imediatistas, individuais e privatistas. Na sua avaliação, não há soluções pontuais. A solução é a luta!

Assim, a universidade que se pretende construir é mais que pública, é popular, que se contrapõe aos interesses da burguesia, com a sólida afirmação da independência e autonomia dos interesses dos trabalhadores.

Desse modo, a luta por uma universidade popular é uma luta anticapitalista e socialista, ou seja, ao se defrontar com os limites da emancipação política burguesa, apresenta a imperiosa necessidade da emancipação humana.