Prezado(a) Professor(a),
Na última sexta-feira, 07/06, em uma assembleia histórica do SINDUEPG, a categoria docente decidiu por unanimidade aderir à greve geral do dia 14 de junho, chamada por todas as centrais sindicais do país.
Com intervenções calorosas e muito qualificadas em defesa da aposentadoria e contra a Reforma da Previdência (PEC 06/2019), os docentes da UEPG rechaçaram categoricamente a necessidade de Reforma da Previdência. Os principais argumentos levantados deixaram claro aos seguintes fatos: 1) a Previdência não está quebrada. Na verdade, ela é superavitária, conforme CPI da Previdência de 2017; 2) a Reforma da Previdência não corta privilégios, mas visa extinguir o direito à aposentadoria da classe trabalhadora; 3) o sistema de capitalização consiste na privatização total da previdência para enriquecer ainda mais os bancos; e 4) o que realmente precisa de revisão é o sistema da dívida pública, que consome metade de todos os recursos públicos anualmente.
Oportunamente durante os debates, a luta contra a Reforma da Previdência foi conectada com a luta em defesa da educação pública e gratuita. Sob intensos e constantes ataques dos governos federal e estadual, os professores repudiaram em suas falas o contingenciamento de verbas para as Instituições de Ensino Superior (IES), os cortes nas bolsas de pesquisa, o arrocho salarial e o teto nos gastos com serviços públicos (enquanto não há teto para gastos com o sistema financeiro).
Nesta assembleia também se discutiu a deflagração de greve por tempo indeterminado. Após profícuo debate, a categoria docente optou, em ampla maioria, por agir em unidade com nossas universidades co-irmãs, que também integram o Comando Sindical Docente (CSD) e aguardar as últimas negociações do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná (FES), junto ao governo do Estado acerca da data-base (17,04% de perdas inflacionárias desde janeiro de 2016) e da retirada da tramitação na Assembleia Legislativa do Projeto de Lei Complementar (PLC) 04/2019, que prevê congelamento da folha do funcionalismo público por 20 anos, com a extinção de quinquênios, promoções e progressões na carreira, não realização de concursos públicos, além de outros ataques.
Na assembleia, a Direção do SINDUEPG também colocou com preocupação a necessidade urgente do amplo debate com a categoria sobre a mais recente proposta da Lei Geral das Universidades Estaduais do Paraná, de autoria do Governo Ratinho Junior (PSD), que retira por completo a autonomia das Instituições de Ensino Superior. A categoria mostrou incontestavelmente disposição para luta de classes contra o governo estadual, o qual só governa para os poderosos. Porém, avaliou naquela data que não era o momento de deflagrar greve por tempo indeterminado.
O SINDUEPG está em estado de greve e em assembleia permanente, ou seja, a qualquer momento os docentes podem se reunir e deflagrar uma greve por tempo indeterminado por seus direitos negados pelo governo, a depender da conjuntura para o efetivo embate. A retomada da assembleia permanente já ficou agendada para 19/06, para discutir exclusivamente este ponto de pauta.
A diretoria do SINDUEPG acredita no amplo envolvimento de sua base e sabe que a deflagração de qualquer greve, principalmente uma greve por tempo indeterminado, deve envolver um grande número de professores. Só assim, no momento oportuno, com coesão no corpo docente e em unidade com as demais categorias do funcionalismo, teremos chances de vencer essa refrega.
Solicitamos que todos fiquem atentos às nossas agendas disponibilizadas no portal do SINDUEPG e em nossa página do Facebook. Esta semana, todo foco e energia na construção de uma linda Greve Geral na sexta-feira, 14 de junho (#14J), o dia em que toda a classe trabalhadora do Brasil vai parar e começar a derrubar os infames ataques neoliberais à previdência social e à educação pública.
Unidos na luta!
Direção do SINDUEPG
Ponta Grossa, 10 de junho de 2019.