UEPG em greve! Aula proferida no Campus Central por Sérgio Gadini e Jeaneth Stefaniak
O que acontece com o dinheiro público na gestão do estado do Paraná? Desde quando e porque não há dinheiro suficiente para serviços básicos? Como a política do arrocho e do desmonte é tão diferente dos discursos de campanha eleitoral? E o que temos a ver com isso? Verdade que o Paraná está quebrado? Sim e não!
Por partes… Encarecimento de campanhas eleitorais! Em 2014, de cada R$ 1, “investidor” recebe R$ 8,50 em ‘contratos’ públicos (seja município, estado ou união). ‘Doação’ é para partido, que repassa aos candidatos!
Entre dezembro de 2010 e abril de 2014, o Paraná aumentou a receita corrente líquida (RCL) de R$ 16,97 bilhões para R$ 26,46 bilhões. Evolução de 56% equivale ao dobro da inflação acumulada, de 24% (= 24%, conforme Índice de Preços ao Consumidor Amplo). A RCL média dos estados é de 39%. As tais ‘despesas correntes’ (incluem gastos com custeio da máquina e repasses a municípios, dentre outros) subiram, entre 2012 a 2013, de R$ 11,03 para R$ 15,23 bilhões (+38%).
Outubro/2011: Richa aumenta número de comissionados (todos nomeados, sem concurso) em até 128%. Naquele momento, professores da rede pública tiveram “aumento” de 2,83% em duas parcelas!
Dezembro/2012: Governo autoriza criação de novos 140 cargos (nomeados) e outros 30 na Sanepar.
Janeiro/2014: Decreto 9865 autoriza o pagamento da “gratificação de encargos especiais”, em valor fixo, em 30%, apenas renomeando funções (‘DAS’, ‘C’ ou ‘F’).
Governo vem negando repasse de recursos para escolas desde início da gestão. Final de 2013, estimativa era de que não repassou R$ 100 milhões à educação referente ao ano, em promoções/progressões dos trabalhadores. Enquanto isso, alegou sempre limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) para cortar investimento em setores sociais.
Janeiro/2015: ‘Famiglia’ Richa deve custar R$ 1 milhão aos cofres do Paraná só em 2015. Isso apenas com salário do governador (R$ 33,7 mil mensais) e dos secretários ‘José’ e ‘Fernanda’ (R$ 23,6 mil mensais cada)… Não estão os ‘meninos’! Ah, e sem contar ‘benefícios’.
Janeiro/2015: Contrato de oito carros para governadoria/vice por R$ 1,1 milhão só em 2015, renovável por mais um ano. Dois blindados, modelo sedã 3.0, com quilometragem livre (sem motorista).
Em 2012, Richa não aplicou os 12% em saúde. E as contas foram aprovadas! O Paraná destinou 9% em saúde (R$ 1,63 bi, quando deveria ter investido R$ 2,17 bilhões = R$ 533 milhões a menos!).
Gastos com propaganda institucional aumentaram 668% de 2011 a 2012, chegando a R$ 106,4 milhões de reais em 2012.
Os deputados do Paraná (54) aumentam próprio salário para R$ 25,3 mil por mês a partir de fevereiro de 2015. Impacto mensal na Assembleia Legislativa ficará em R$ 285 mil. Ah, e tem ainda os gastos com mandato (combustível, restaurante, Correios, mídia = cada parlamentar em direito a R$ 31,5 mil/mês e outros R$ 78,5 mil/mês mensais para contratar até 23 comissionados).
http://www.gazetadopovo.com.br/vidapublica/conteudo.phtml?id=1529024
“A aula pública é uma oportunidade de refletir sobre os rumos e riscos que o atual modelo de gestão do estado pode impactar no serviço público, prejudicando principalmente os trabalhadores”, explica Sérgio Gadini, coordenador do mestrado em Jornalismo da UEPG, um dos painelistas da aula.
