Em decisão polêmica e com resultado apertado (17 contra 12), o Conselho Universitário da UEPG decidiu, na tarde de hoje (05/03), manter o reitor Carlos Luciano Sant’Ana Vargas no grupo de trabalho que irá elaborar proposta de autonomia universitária para as IEE’s do Paraná. O pedido de saída do reitor do grupo de trabalho foi levada ao Conselho pela Seção Sindical dos Docentes da Universidade Estadual de Ponta Grossa (SINDUEPG) e estava embasada em uma decisão unânime de mais de 400 presentes em assembleia dos professores. Além do sindicato docente, a reivindicação foi reforçada pela assembleia estudantil que também pedia a saída do reitor da comissão.

A decisão foi recebida com vaias pela comunidade universitária que acompanhava a votação. Para o presidente do SINDUEPG, Marcelo Engel Bronosky, a decisão do Conselho mostra que o pedido do sindicato era coerente pois evidencia que tal grupo não representa os interesses dos professores e estudantes. De acordo com Marcelo, “nosso pedido era coerente e a decisão mostra que antes de discutir autonomia precisamos criar mecanismos para garantir que a decisão da comunidade universitária seja respeitada, e não foi isso que aconteceu aqui hoje” afirma.

Gisele Masson, vice-presidente do SINDUEPG, defende que a discussão sobre autonomia deve respeitar o princípio da democracia. Na visão da professora, “uma coisa não está desvinculada da outra, e o que se viu na reunião do Conselho foi um desrespeito em relação à decisão coletiva da comunidade universitária e, por isso, precisamos amadurecer muito em relação ao debate sobre a autonomia, no âmbito das instâncias administrativas e deliberativas”, comenta.

Embora o Conselho não tenha acatado o pedido da assembleia docente, deliberou no sentido de pedir a extinção do decreto que cria o grupo de trabalho para discutir a autonomia universitária. Caso o decreto não seja extinto, o Conselho decidiu que o reitor deve abandonar sumariamente o grupo de trabalho. O presidente do SINDUEPG acredita que esta decisão do Conselho só foi possível graças a pressão do movimento grevista, que envolve estudantes, técnicos e professores. “É uma vitória de todos nós, sem dúvida” explica.

Suspensão do calendário

Ainda na reunião, o Conselho Universitário suspendeu o calendário acadêmico de 2015. A medida foi tomada a partir de um pedido do Comando Unificado de Greve da UEPG. Assim que a greve terminar, o ano letivo será reelaborado para que os alunos não sejam prejudicados e tenham 200 dias letivos. A suspensão do calendário impede que professores deem aulas neste período.

Veja o vídeo da votação em: http://youtu.be/RHXV0PET1E8.