No último domingo (05), o secretário-chefe da Casa Civil do Estado, Reinhold Stephanes (PSD), deu uma entrevista ao Diário dos Campos onde falou sobre o suposto extrapolamento do chamado “limite prudencial”. Para o integrante da equipe de governo o grande “vilão” do orçamento seriam as sete Instituições de Ensino Superior (IES) no Paraná. A avaliação do secretário é um dos argumentos do governo estadual para tentar sensibilizar o governo federal em assumir parte do orçamento das IES.

Já na manhã desta terça-feira (07) o editorial do mesmo jornal trata novamente do assunto, sob o título: “O Paraná Injustiçado”. A publicação se refere ao argumento de que o Ensino Superior Público seria uma atribuição do Governo Federal e desta forma o “peso” no orçamento das IES deveria ser ao menos “dividido” com o governo Dilma.

O argumento é falso porque não há exclusividade quanto a oferta de Ensino Superior, seja para o Governo Federal ou Estadual, embora na prática alguns estados tenham mais Instituições federais que outros. Mas é preciso lembrar que o sistema estadual de ensino, hoje muito forte no Paraná, São Paulo, Ceará e Bahia são importantes para o desenvolvimento de seus respectivos estados e geram, mesmo que de maneira indireta, muito mais receita do recebem.

A direção do Sinduepg entende que para além da discussão de quem é o “pai da criança” e portanto deve pagar a conta, é preciso pensar nesta repercussão que o Ensino Superior tem na economia do Estado. Há estimativas de que para cada real investido pelo estado em razão da existência das Universidades Estaduais, o Paraná tem o retorno de R$1, 34 em renda. Perceba que este dado sequer considera o ganho intelectual que este investimento gera, com a preparação de profissionais seja dentro da Universidade ou mesmo no impacto que isto tem na melhoria da qualidade de profissionais que estarão no mercado de trabalho.

Vale destacar que a existência das Universidades Estaduais, o estado hoje aumenta atendimento na área da saúde, por exemplo, a partir dos hospitais universitários. Os programas de extensão realizam atendimento à população, quer do ponto de vista jurídico, sanitário, de prevenção à saúde, etc.

Assim, indicar que é despesa manter as sete Universidades que o Paraná em seu sistema estadual é uma maldade política, já que sem elas o Paraná não teria o mesmo desenvolvimento socio-econômico. E, neste momento, o discurso do secretário parece “cair como uma luva” na tentativa dos governistas de parcelar em duas vezes a reposição salarial programada para este mês.

É preciso parar com este jogo de empurra! As Universidades precisam de governantes que se comprometam com a educação e não daqueles que tratam o assunto como uma disputa partidária. Enquanto isso não acontece, docentes, servidores e estudantes destas instituições só têm a perder.

Jeaneth Stefaniak – Presidente do Sinduepg