A notícia da prisão do ex-governador do Paraná, Beto Richa (PSDB) pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Paraná, é motivo de ‘comemoração’ por grande parte do funcionalismo público do estado. É preciso compreender que essa reação diz respeito à indignação diante dos desmandos, ataques e das denúncias que envolvem Beto Richa e principais nomes do seu governo em esquemas de desvio de dinheiro público, caixa dois e propina. A investigação do Gaeco é sobre o programa Patrulha do Campo, que faz a manutenção das estradas rurais, operação batizada de “Rádio Patrulha”.

As ações do Ministério Público do Paraná (MPPR) devem esclarecer para a população a falácia de um discurso sistematicamente adotado nos últimos anos pelo governo Beto Richa e também Aparecida Borghetti de que o Estado está quebrado. Assim, se promove o desmonte das escolas, das universidades, postos de saúde, hospitais e estradas de acesso (como é o caso das estradas rurais).

A comemoração é sobretudo uma reação diante de um grupo político que tratou de forma truculenta trabalhadoras e trabalhadores, estudantes e integrantes de movimentos sociais que manifestavam indignação em praça pública, no fatídico Massacre de 29 de abril de 2015. É uma reação diante do rombo no sistema previdenciário dos servidores públicos do Paraná. É uma reação legítima diante de um grupo que governa sem a mínima habilidade para o diálogo e com interesses que visam um projeto de privatização dos serviços e do patrimônio dos paranaenses.

Obviamente que essa comemoração revela, ainda, a expectativa de que sejam devidamente apurados os fatos e os culpados sejam punidos por crimes que retiram dos cofres públicos verbas destinadas à setores fundamentais como educação, saúde, transporte e meio ambiente.

Além do ex-governador, outras prisões aconteceram na manhã desta terça-feira (11) e estão ligadas à investigações da Polícia Federal – “Operação Piloto” (nova fase da Lava Jato) que faz menção ao ‘apelido’ de Beto Richa na lista de propina da empreiteira Odebrecht. As denúncias dão conta de um suposto pagamento milionário de vantagem indevida (propina) para políticos e empresários, num esquema criminoso de licitações para duplicação e manutenção da rodovia estadual (PR 323).

Nomes que constam na lista de prisões (das duas operações mencionadas) que aconteceram e devem acontecer no estado do Paraná:

Fernanda Richa (presa)– esposa de Beto Richa e ex-secretária da Família e Desenvolvimento Social

Deonilson Roldo (preso) – ex-chefe de gabinete do ex-governador

Pepe Richa (preso) – irmão de Beto Richa e ex-secretário de Infraestrutura

Ezequias Moreira (preso)– ex-secretário de cerimonial de Beto Richa

Luiz Abib Antoun (preso) – parente do ex-governador

Edson Casagrande (preso) – ex-secretário de Assuntos Estratégicos

Celso Frare (preso) – empresário da Ouro Verde

Aldair W. Petry

Dirceu Pupo – contador

Joel Malucelli – empresário J.Malucelli

Emerson Cavanhago

Robinson Cavanhago

Túlio Bandeira

André Felipe Bandeira