O Sindicato dos Docentes da UEPG (SINDUEPG) marcou presença na segunda edição da Parada Cultural LGBT+, que aconteceu neste domingo, 24.  A programação teve apresentações culturais e marcha que desceu a Avenida Vicente Machado, no centro da cidade, que neste dia simbolicamente chamou Corina Portugal em virtude da mobilização. O movimento reuniu mais de 1 mil pessoas, conforme a organização.

“Esse é o segundo ano que o SINDUEPG apoia a Parada Cultural LGBT+ de Ponta Grossa. Esse ano, a parada tem o tema da Educação, justamente uma área que foi fortemente atacada em 2019 pelos governos, federal e estaduais. A temática foi muito bem escolhida por parte da organização do evento”, comenta o presidente do SINDUEPG, Marcelo Ubiali Ferracioli. “O sindicato vai sempre apoiar os movimentos sociais de luta, sejam eles quais forem e onde estiverem, desde que estejam do lado dos trabalhadores e trabalhadoras”, reforça Ferracioli.

“Para nós nesse ano trazer a parada com a temática de Educação é justamente dizer um não e um basta a todos os ataques que a Educação e o currículo escolar sofrem diante da temática de gênero e de sexualidade”, comenta o estudante Guilherme Portela, que fez parte da organização do evento. “A parada tem um objetivo político muito forte que todos nós organizadores temos ciência, que é de construir uma nova narrativa para a cidade. Uma narrativa que não fala sobre doutrinação, manipulação, sexualização. Muito pelo contrário, fala sobre amor, respeito, responsabilidade, políticas públicas para a população LGBT, mulheres, minorias políticas e sociais como um todo”, garante.

“É um orgulho muito grande fazer parte disso, desse momento histórico em Ponta Grossa. As pessoas nunca imaginavam que isso fosse acontecer aqui. É uma festa linda, muito colorida, com muito amor. A gente tem mais é que vir para rua, mostrar a nossa cara. Principalmente nesse momento político conturbado, a gente tem que mostrar que as minorias têm força e que não têm que se curvar à maioria. É um ato político, além de ser uma festa que está cada vez melhor. A expectativa é que cresça cada vez mais”, destaca Cindy Cindy, apresentadora do evento.

Surya Kalih foi uma das artistas que se apresentou na concentração do evento. Como ela conta, sua apresentação trata sobre o preconceito em “três caminhos”: o feminismo, o racismo e a homofobia. “A minha performance foi de uma música baseada nisso. Como a Surya é uma drag diferente porque não uso peruca, acho que isso cria um conceito melhor ainda para impulsionar a questão de arte e cultura drag em Ponta Grossa”, comenta. “Eu acho muito gratificante o fato de você saber que está ali mostrando para as pessoas um pouquinho de você e que você pode mudar o mundo. Minha mãe estava aqui. Meu maior presente no final de ano foi ela estar aqui na Parada. Eu acho que para uma cidade muito tradicional como Ponta Grossa, o evento quebra toda a barreira com a questão do preconceito”, assinala.

“A importância desse evento é mostrar para a cidade de Ponta Grossa que a sociedade e a juventude têm valores para serem aceitos e respeitados. As lutas contra a homofobia, contra o feminicídio, são lutas da juventude. Estar aqui fazendo parte disso significa não só apoiar os valores que estão por trás desse movimento, mas também apoiar a juventude que está aqui na rua hoje mostrando o que quer e como as coisas têm que acontecer”, destaca Katya Picanço, que faz parte da diretoria estadual do Sindicato Docente da Universidade Tecnológica do Paraná (SINDUTFPR).