O Sindicato dos Docentes da UEPG (SINDUEPG), seção sindical do Andes-SN, realiza nesta quinta-feira, 10, live sobre Ensino Remoto na Universidade Pública. O evento será transmitido ao vivo pela página do SINDUEPG (facebook.com/sinduepg) às 17h e é realizado em parceria com o Diretório Central dos Estudantes (DCE), Associação de Pós-Graduandos da UEPG (APG-UEPG) e o Sindicato dos Técnicos e Professores da UEPG (SINTESPO). A live é aberta ao público, que pode enviar perguntas e comentários.
“O evento tem como objetivo principal promover um amplo debate com a comunidade universitária, trazendo à discussão tanto implicações estruturais que a modalidade do ensino remoto tem acarretado no nosso cotidiano universitário, como questões mais diretamente afetas aos direitos trabalhistas dos docentes”, diz a presidente do SINDUEPG, que também será mediadora do debate, Maria Julieta Weber. “O SINDUEPG compreende a importância de se debater amplamente o tema do ensino remoto e os possíveis impactos para o futuro da Universidade Pública, pois é justamente no contexto de isolamento social em virtude da crise sanitária, que temos sofrido severos ataques à educação e às instituições públicas”, diz.
Os painelistas sobre o tema são Olinda Evangelista, professora efetiva da Universidade do Oeste de Santa Catarina e aposentada e voluntária da Universidade Federal de Santa Catarina, e Paulo Eduardo Rodrigues, assessor jurídico do SINDUEPG.
“O debate que esse conjunto de entidades está promovendo com muita pertinência pretende mostrar a situação em que se encontram as Universidades Públicas no Brasil, tanto as estaduais, municipais e federais, como os institutos federais. A Universidade está sendo assaltada por um conjunto de interesses privados e que vai alterar bastante a própria função da Universidade”, afirma a painelista professora Olinda Evangelista.
“Os desdobramentos da adesão às atividades remotas são de variadas naturezas, que vêm emoldurados num discurso simplista, de atendimento aos alunos, mas o que estamos vendo é um movimento gigantesco do capital sobre as instituições públicas de ensino superior para subordiná-las aos seus interesses”, diz a professora.
“Do meu ponto de vista não pode ser chamado de ensino remoto o que está sendo implementado nas Universidades. Eu chamo como atividades remotas, do ponto de vista do que é uma aula e ensino aprendizagem”, diz.
Olinda Evangelista tem experiência na área de Educação, com ênfase em políticas educacionais e formação docente.
“É importante esclarecer também os aspectos legais referentes às condições de trabalho docente não só da nossa Universidade, assim como das demais Instituições de Ensino Superior”, garante o assessor jurídico do SINDUEPG, Paulo Eduardo Rodrigues. “Os docentes devem estar preparados, conhecendo seus direitos, para cumprirem as atividades com plenitude e também com consciência de todo o cenário em que foram inseridos”, diz.
Representando os discentes, os debatedores sobre o ensino remoto na Universidade Pública são Gregory Rolim, em nome da Associação de Pós-Graduandos (APG), e Beatriz Quast, estudante de Bacharelado em Geografia, convidada pelo Diretório Central dos Estudantes (DCE) para falar sobre o ensino remoto enquanto acadêmica.
“O debate sobre o ensino remoto se faz necessário considerando a complexidade do contexto de pandemia que estamos vivendo. Entende-se a necessidade de tomada de decisões por parte das universidades em relação ao andamento das atividades de ensino e pesquisa e que talvez o ensino remoto venha a ser a solução mais viável. Entretanto, as decisões não podem estar aquém das condições de vida impostas pela pandemia, um modelo de ensino não pode simplesmente ser tomado como solução sem que se considere as demandas pessoais e carências materiais de docentes e discentes”, defende o representante da Associação de Pós-Graduandos da UEPG, Gregory Rolim. “É importante estarmos em alerta e debatermos de forma crítica e consciente, evitando que a precarização do ensino, extensão e pesquisa ganhe uma nova arma neste modelo de ensino remoto”, diz.
“A pandemia tem revelado a desigualdade de maneira muito significativa. Sabemos que, com aulas remotas, a tendência é o crescimento de desistências, uma vez que vários estudantes não têm condições de acompanhar as aulas. Essas questões não envolvem apenas desigualdades de acesso aos aparelhos e à internet ou a ausência de espaços com a privacidade que a concentração requer”, assinala a estudante Beatriz Quast. “Há questões que vão além, envolvem também saúde emocional, responsabilidades assumidas durante a pandemia. Sabemos que muitos acadêmicos estão se dividindo entre trabalho e aulas, entre cuidados com familiares e atividades remotas”, comenta.
A live acontecerá na página do SINDUEPG no endereço facebook.com/sinduepg às 17h, nesta quinta-feira, 10. “Convidamos a todo(a)s que participem, enviem comentários e perguntas, de forma a ampliar nosso debate. A participação da comunidade universitária é fundamental, especialmente para reforçarmos a importância da universidade pública e de sua extrema relevância social no combate às desigualdades”, convida a presidente do SINDUEPG, Maria Julieta Weber.