Professores da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) aprovaram greve por tempo indeterminado a partir desta quinta-feira, 27 de junho. A decisão foi tomada em assembleia geral permanente do Sindicato dos Docentes da UEPG (SINDUEPG) nesta quarta-feira, 26. A assembleia deliberou também pela proposta de suspensão imediata do calendário letivo da UEPG. “Desde abril, reivindicamos essa pauta e abrimos negociação com o governo. Em todas as oportunidades – e não foram poucas – o governo em nenhum momento apresentou qualquer proposta”, defendeu o presidente do SINDUEPG, Marcelo Ubiali Ferracioli.

A decisão pela greve vem em resposta às negativas de negociação do governo de Ratinho Junior (PSD). A pauta de reivindicações envolve causas da Universidade, como a rechaça à minuta da Lei Geral das Universidades (LGU), proposta pela Superintendência de Ciências e Tecnologia (SETI), que enfraquece a autonomia das Universidades Estaduais; o arquivamento do PLC 04/2019, que prejudica direitos dos servidores estaduais; a anuência de concursos já realizados e abertura de novas vagas; além de tratar sobre reposição salarial. A categoria teve 17,04% de perdas de inflação desde o início de 2016, conforme o DIEESE.

O presidente do SINDUEPG defende a unidade da greve, em apoio a outras categorias e entidades. “Temos convicção que é necessária a unidade. Se nos desgarrarmos da negociação, romperemos com o esforço de construção de unidade”, diz. “Apesar de termos um calendário acadêmico que nos afeta diretamente, outras categorias do funcionalismo não têm. E as mais diversas categorias estão demonstrando essa insatisfação com  os ataques do governo a questões como saúde, educação e até mesmo à aposentadoria. Precisamos estar unidos”, ressalta.

Sobre as causas particulares à Universidade, Ferracioli reforçou que o PLC 04/2019 e a Lei Geral das Universidades têm pouco tempo para debate, prejudicando a comunidade docente e acadêmica. “Quando as Universidades voltarem do recesso no começo de agosto, já teremos perdido a oportunidade de debater esses temas”, acrescenta. O prazo para debate da LGU é 15 de agosto.

O Sindicato dos Técnicos e Professores da UEPG (Sintespo), aprovou ontem, 25, estado de greve. A Seção Sindical da Universidade Estadual de Maringá (SESDUEM), representante dos docentes da Universidade Estadual de Maringá (UEM) também confirmou nesta quarta-feira, 26, greve por tempo indeterminado. O Sindicato Docente da Unioeste (Adunioeste), dos docentes da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), tem o indicativo de greve aprovado desde o dia 22 de julho. Já os docentes da Universidade Estadual de Londrina, representados pela Associação dos Docentes da UEL (Sindiprol/Aduel), tiveram assembleia nesta quarta-feira, 26 de junho, e mantiveram o indicativo de greve com nova assembleia para o começo do próximo mês. Professores da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná (Unicentro) definiram que paralisarão as atividades a partir de 1º de julho. A Universidade Estadual do Paraná (Unespar), do campus de Apucarana, já está em greve a partir de amanhã, 27.

A APP-Sindicato está em greve desde ontem, 25. Segundo a entidade, cerca de 80% das escolas do estado já aderiram à greve parcial ou totalmente. Arcelio Benetoli, tesoureiro do SINDUEPG, garante que a paralisação da categoria em Ponta Grossa reforça a greve dos docentes da educação básica. “Vai ser um reforço e tanto para a greve da APP. O SINDUEPG é um sindicalismo de base, quem decide são vocês, somos nós, aqui em assembleia. A assembleia é a maior instância dessa instituição de classe. Para a região dos Campos Gerais, a decisão da UEPG é muito importante”, defende.

Outras categorias também buscam reposição salarial e manifestarão as causas por meio de greve. A Polícia Militar definiu em 17 de junho o início do bloqueio das unidades operacionais a partir de ontem, 25, o que ocorreu. No dia de hoje, 26, recuou diante proposta de negociação pelo governo. O O sindicato dos trabalhadores de saúde no Paraná (SINDSAUDE) terá no próximo sábado, 29, assembleia para definir indicativo ou deflagração de greve por tempo indeterminado. O Fórum das Entidades Sindicais (FES) teve uma reunião de negociação com o governo ontem, 25. O governo condicionou o envio de uma proposta de data-base em 1º de julho à suspensão da greve. Hoje, 26, o FES decidiu manter a greve até a próxima rodada de negociações.