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CARTA RESPOSTA À MANIFESTAÇÃO DE SINDICATOS RURAIS DO PARANÁ

13/07/2016 às 02:07

Nos últimos dias, sindicatos rurais do Paraná divulgaram documento que defende o congelamento dos salários dos trabalhadores do serviço público paranaense. Esses sindicatos argumentam que a atual crise econômica exige que os servidores públicos se sacrifiquem e aceitem o congelamento de seus salários. O SINDUEPG repudia essa ação e discorda dos desses sindicatos que querem o congelamento dos salários. Os professores das universidades - assim como todo funcionalismo público do estado do Paraná - embora em condições cada vez mais precárias - realizam seu trabalho é justo que sejam pagos por isso. Criticamos os sindicatos rurais que nos tratam como culpados pela crise econômica e como responsáveis pela dilapidação dos recursos financeiros do Estado do Paraná.

Esclarecemos que a receita financeira do Paraná registrou um crescimento real de 27,28% no período de 2011 a 2015, enquanto as despesas com as universidades estaduais (incluídos os salários) permaneceram inalteradas, em torno de 4,5%. Também sublinhamos que nesse período o crescimento das universidades foi significativo sustentado basicamente no trabalho dos servidores, uma vez que a política de cortes na verba de custeio das Universidades já ultrapassou os 50%. Por que então os sindicatos rurais pedem ao governo que congele nossos salários? Ao que parece eles querem utilizar o dinheiro decorrente do congelamento de nossos salários em proveito próprio, naquilo que denominam “serviços oficiais fundamentais”, que obviamente não parecem incluir a educação e saúde. Finalmente, nem os sindicatos rurais nem entidades patronais como FAEP, FACIAP, FECOOPAR, SINDUSCON e APC, retiraram um centavo que fosse para doá-lo ao Estado. Ao contrário disso, as famílias mais ricas do Paraná comemoraram o sequestro de quase R$ 1.9 bilhões da Previdência dos servidores públicos realizado por Beto Richa. Este valor corresponde somente ao saque no ano de 2015. Quantos reais elas ofereceram diretamente ao Estado? Concordaram com a rapinagem dos fundos da Previdência e agora pedem aos deputados que revoguem o reajuste salarial de acordo com a inflação? Por tudo isso, nós nos defendemos desse virulento ataque contra nossos salários. Receber por nosso trabalho é um direito. A reposição das perdas decorrentes da inflação está assegurada por Lei. Corromper esse direito, como pretende esses sindicatos, é um golpe, e não um pedido de sacrifício. Também não aceitamos que tentem transferir a crise econômica e dívida pública para os servidores estaduais. Nossos salários não pagarão a crise atual. Não fomos nós que a criamos.

Sinduepg-Andes/SN