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Docentes entregam manifesto a líderes religiosos

31/08/2015 às 10:12

Professores da UEPG apresentaram formalmente o “Manifesto de apoio à autonomia científica e pedagógica” a líderes religiosos de Ponta Grossa cumprindo decisão aprovada em Assembleia Geral Extraordinária, em 25 de junho.

O texto defende a liberdade acadêmica e científica entre outros aspectos relacionados a importância da tolerância como forma de superar divergências, foi entregue ao Pastor João Marcos Marques, Presidente da Associação de Ministros Evangélicos de Ponta Grossa, ao Padre Clayton Ferreira e ao bispo Dom Sérgio Braschi.  Esta ação surgiu em decorrências das das manifestações de grupos religiosos ocorridas durante sessão na Câmara Municipal de Ponta Grossa, quando se discutia a retirada de termos como “gênero”, “diversidade”, “sexualidade” do Plano Municipal de Educação (PME).

Marcio Ornat, professor do departamento de Geociêncas da UEPG, que esteve presente no dia da votação do PME, em Ponta Grossa e da entrega do manifesto aos religiosos, acredita que as manifestações ocorridas se baseiam em desconhecimento. “Todas estas manifestações têm grande relação com os equívocos de interpretação realizados por religiosos, sobre aquilo que as ciências sociais tem elaborado de longa data sobre as questões de 'gênero', 'diversidade' e 'sexualidade'”, afirma.

O projeto de lei 152/2015, que estabelece o PME para os próximos 10 anos, tinha em sua natureza, um conjunto de ferramentas que garantiriam um espaço escolar sob a perspectiva acolhedora, segundo a ideia de promoção e ampliação de práticas pedagógicas que visassem, entre outras questões, o enfrentamento a violência de gênero, a evasão escolar motivada por preconceito de gênero e orientação sexual.

Ornat defende que “trabalhar com gênero, diversidade e sexualidade na escola é trabalhar com a diversidade que nos constitui enquanto seres humanos, produzindo uma vivência do espaço escolar feita pelo respeito a própria diversidade. Devido a perspectivas ignorantes (entendendo a ignorância como a ação que ignora), os termos 'gênero', 'diversidade' e 'sexualidade' foram retirados do PME, prejudicando enormemente a construção de uma escola e sociedade mais acolhedora e inclusiva”.

Após a entrega do manifesto dos docentes, a Associação de Ministros Evangélicos se manifestou, apresentando seus argumentos sobre esta questão que seguem abaixo.

O movimento docente continuará atento à ações e/ou manifestações que coloquem em risco a liberdade científica e a autonomia acadêmica, a fim de superar a intolerância praticada por desconhecimento ou ignorância, reconhecendo a importância da universidade neste âmbito.