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Manifesto Contra o Autoritarismo no Paraná

04/05/2015 às 08:12

Nós, alunos do primeiro ano do curso de Licenciatura em História da UEPG, manifestamos indignação e repúdio pela forma ditatorial como o governador Beto Richa, do PSDB, e seu secretário de segurança, Fernando Francischini, do Solidariedade, agiram diante da mobilização dos servidores públicos que resultou no massacre do dia 29 de abril no Centro Cívico em Curitiba.

Consideramos inaceitável o uso do aparato repressivo do Estado para intimidar, calar e atacar os professores e outros servidores públicos que reivindicavam de maneira democrática e pacífica a manutenção de direitos adquiridos, e lutavam contra o projeto que tem por objetivo expropriar recursos da ParanaPrevidência. Diante do impasse nas negociações do referido projeto, o governo tinha a obrigação de manter abertos os canais de diálogo. Ao forçar a votação em regime de urgência, pela segunda vez em pouco mais de dois meses, o governador demonstrou falta de habilidade política e autoritarismo.

Manifestamos, também, profundo desprezo pela versão mentirosa dos fatos apresentada pelo governador e por alguns pseudojornalistas e grupos de extrema-direita que tentaram inocentar os opressores e culpar os oprimidos. Tais meios de comunicação agem como porta-vozes de interesses obscuros e antidemocráticos, e não representam aqueles que praticam o bom jornalismo e o saudável debate de ideias.

Também lamentamos a postura covarde e submissa dos 31 deputados que, sem manifestar reação, votaram contra os professores e servidores públicos. Em especial, consideramos o deputado Plauto Miró Guimarães, do DEM, como persona non grata, uma vez que preferiu ficar ao lado dos opressores do povo.

Apoiamos integralmente a investigação que o Ministério Público do Paraná deverá realizar a fim de responsabilizar - inclusive criminalmente - os responsáveis pelo sangue dos trabalhadores derramado no dia 29 de abril.

Julgamos importante que haja um amplo debate na sociedade e nos meios de comunicação a respeito da Desmilitarização da PM, conforme recomendação de 2012 da Organização das Nações Unidas (ONU), e da Reforma Política.

A todos os professores ativistas da UEPG que participaram direta ou indiretamente das ações do movimento grevista, dirigimos nossa admiração e gratidão. Vocês serão, para nós - futuros docentes - exemplos a serem seguidos na luta por uma Educação Pública, Gratuita e de Qualidade. Nos solidarizamos com todos os feridos, física ou moralmente, e nos colocamos à disposição, no que for possível, para dar prosseguimento à Resistência contra qualquer medida antidemocrática em nosso Estado.

Ponta Grossa, 04 de maio de 2015

Os acadêmicos do Primeiro Ano de Licenciatura em História da UEPG