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Pela vida em uma universidade pública, gratuita e de qualidade

24/02/2015 às 10:12

Na madrugada desta terça-feira (24/02), a página da Universidade Estadual de Ponta Grossa publicou um texto no qual a reitoria local, na figura do reitor e vice-reitora, professor Carlos Luciano Sant’Ana Vargas e professora Gisele Alves de Sá Quimelli, apresenta uma defesa do professor João Carlos Gomes. O desagravo teve como foco condenar o ato simbólico realizado em agenda da greve de professores, servidores e estudantes no dia 23 de fevereiro, em que os deputados que votaram a favor do pacotaço Beto Richa e o Secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior foram enterrados simbolicamente na entrada do Campus Uvaranas da UEPG.
O ato, simbólico, reafirmamos, foi concebido como uma tomada de posição pública e justificada diante da postura execrável dos deputados cujo único objetivo, no episódio do pacotaço, foi defender os interesses do governo Beto Richa. Infelizmente, o professor João Carlos Gomes, na condição de Secretário de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, tem assumido a mesma postura, talvez por entender que seu cargo assim o exige, ou então por realmente acreditar que o governo Beto Richa é defensável nas suas artimanhas para sustentar gastos desnecessários que comprometem o cotidiano e o futuro das universidades.
O texto da reitoria da UEPG apresenta um tom autoritário do discurso que deseja monitorar, cercear e limitar a ação legítima de servidores da instituição em defesa de seus direitos e, no limite, no exercício básico de livre expressão. A reitoria da UEPG utiliza o espaço oficial da instituição para um elogio, em tom de compadrio, da figura do professor João Carlos Gomes, colocando-a acima de qualquer crítica, desconsiderando o fato de que, ao assumir um cargo público neste governo e uma postura de defesa inconteste das suas ações, o secretário se coloca sob a avaliação de seus pares. Ocupar um cargo de autoridade expõe o sujeito a responsabilidades públicas e, por isso mesmo, também a julgamento público.
As ações do governador do estado têm comprometido a vida dos servidores paranaenses, lançando sobre todos nós o peso da greve como última alternativa de reconhecimento de nossos direitos. Enfrentar esse quadro com atos simbólicos como o enterro dos deputados e das autoridades que não se colocam ao lado de nossas lutas é uma resposta lúdica ao quadro sombrio que se nos apresenta.
Sombrio também é o autoritarismo disfarçado de voz amena que se esconde na nota da reitoria, chamando todos à ordem, quando deveria respeitar a ação, reiteramos mais uma vez, simbólica de expressar o desgosto e a descrença em relação às ações dos membros do governo Beto Richa, notadamente do secretário João Carlos Gomes, também nosso colega, a quem gostaríamos de poder chamar de aliado na luta que enfrentamos nesse início de ano.
O diálogo para o qual exorta o texto da reitoria é o diálogo de um lado só, fiel à concepção de voz patronal e de poder autoritário daquele que quer ser respeitado por força, quando não faz por merecer esse respeito.
Até o momento o governo não abriu negociações com o movimento grevista. Vários documentos foram protocolados pedindo abertura das negociações, juntamente com a pauta aprovada nas assembleias.
Conclamamos toda a comunidade universitária a participar do comando de greve, que é uma instância democrática em que todos têm direito a expressar suas opiniões e assim manter vivos os princípios e valores universitários.
Comando Unificado de Greve