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NOVA DIRETORIA DO SINDUEPG TOMA POSSE EM ASSEMBLEIA ONLINE

23/04/2021 às 15:54

A nova diretoria do Sindicato dos Docentes da UEPG (SINDUEPG) tomou posse nesta terça-feira, 20, em Assembleia online. A chapa “Diálogo, Unidade e Resistência” estará à frente da entidade no biênio 2021-2023 e é composta por Marilisa do Rocio Oliveira (DEADM), presidente; Regina Stori (DEARTES), vice-presidente; Paulo Eduardo Dias de Mello (DEHIS), primeiro secretário; José Tadeu Teles Lunardi (DEMAT), segundo secretário; Rosana de Castro Casagrande (DEPED), primeira tesoureira; e Alexandre Almeida Rocha (DEDIES), segundo tesoureiro. A assembleia, que aconteceu por meio de videochamada coletiva para os sindicalizados, também foi transmitida pelo YouTube para toda a comunidade universitária e demais interessados. Os docentes, na ocasião, também aprovaram por unanimidade a prestação de contas da gestão da Comissão Provisória, que dirigiu o Sindicato de dezembro de 2020 a abril de 2021. 

Marilisa do Rocio Oliveira, que deixa a Comissão Provisória e assume a presidência da nova diretoria, destaca a importância do movimento sindical forte. “Estamos num momento crítico, em que a pandemia está nos afastando fisicamente, mas não podemos deixar que acabe com nosso relacionamento. Vamos trabalhar o diálogo e a resistência mais do que nunca”, destaca. A professora também agradece aos integrantes da nova chapa: “Fica aqui meu agradecimento ao aceite de vocês. Cada um tem suas dificuldades, mas nosso objetivo maior é termos um sindicato forte e que mantém o diálogo, frente aos desafios que já estão postos e que ainda vão acontecer. Cada vez mais o cenário vai nos exigir um coletivo forte e representativo”, diz. “Também aproveito, nesse momento em que assumimos um novo mandato, para agradecer à Diretoria Provisória. Foi um aprendizado enorme, uma parceria muito bacana”, diz. “Queria registrar meu agradecimento ao Kevin e ao Rodrigo, por todos os dias, todas as reuniões, todas as dificuldades, todas as dúvidas, mas que conseguimos superar”, finaliza.

A nova vice-presidente do SINDUEPG destaca a função do movimento sindical e reforça os objetivos da diretoria. “Os sindicatos nunca tiveram uma existência confortável. A razão de sua existência não é um clube, uma associação recreativa. É, sim, uma associação no sentido de reunir pessoas da mesma categoria de trabalho, que envolve muita luta, resistência, análise da realidade e do movimento histórico, dos agentes que estão diretamente relacionados à categoria”, diz. “Nesse momento observamos nossa carreira sofrendo com muitos ataques, precarização do serviço, a nossa condição de trabalho sendo deteriorada aos poucos”, ressalta. “Estamos aqui na defesa da nossa carreira, do ensino superior público do Paraná, gratuito e de qualidade referenciada”, acrescenta.

Para o professor Paulo Eduardo Dias de Mello,  agregar pessoas é uma das tarefas para o biênio. “Descobri uma palavra curiosa que é ‘sindicatar’, que é sindicalizar. Vamos precisar ‘sindicatar’ as pessoas. De alguma forma, precisamos transformar esse momento com o pontapé inicial da aproximação e diálogo com nossos professores da UEPG”, diz. “A ideia essencial é que o sindicato é um coletivo, na busca de defesa de interesses ligados à categoria. No caso dos sindicatos dos professores, a pauta vai além disso, defendemos a ciência, a universidade, a produção do conhecimento de forma plural, uma ação da universidade em direção à comunidade, uma série de princípios e valores além de carreira e salário”, defende. “A ideia do próprio nome da nossa chapa diz que é preciso fortalecer a comunicação com os professores da UEPG. Temos cerca de 800 professores e precisamos chegar ao ouvido de todos eles e de uma escuta muito ativa, entender a diversidade que caracteriza a UEPG”, garante.  

Rosana de Castro Casagrande, primeira-tesoureira da nova direção, agradece pela acolhida da base. “Sou uma aprendiz, alguém que quer se somar e fortalecer a luta. Agora tenho a oportunidade de colocar à disposição minhas melhores intenções, na luta pelos direitos dos professores e pela importância dos professores, ciência e a defesa da vida”, manifesta. “Unidade, diálogo e resistência: eu espero que sejam três bases que nos fortaleçam cada dia mais”, finaliza.

Rodrigo Ricardo Mayer, que deixa o cargo de secretário, relata satisfação com a gestão e felicita a nova liderança da entidade. “É uma alegria a posse de uma nova direção. Participar do SINDUEPG foi minha primeira experiência sindical. Foi uma vivência incrível e os livros não conseguem nos apresentar tudo que a gente vê dentro do sindicato. Foi um grande aprendizado”, diz.

Para Kevin Willian Kossar Furtado, tesoureiro da Comissão Provisória que deixa o cargo, a luta vai continuar forte. “Temos diversas outras demandas e compromissos, mesmo assim, houve a disposição da nova chapa. Isso muito nos honra, porque sabemos que o sindicato permanece em boas mãos e a luta prossegue com bons nomes”, diz. “Saio da UEPG muito satisfeito por ter tido essa passagem ao lado de vocês”, diz o professor, que é colaborador e terá seu contrato encerrado em junho. “Todos, mesmo com as questões que possam surgir, vão fazer o melhor e fortalecer nosso Sindicato. O que nos move é a utopia de saber que outro mundo é, sim, possível”, finaliza.

EX-DIRETORES RELEMBRAM HISTÓRICO DE LUTA DO SINDUEPG

A Assembleia Docente teve a participação de ex-diretores, que contaram um pouco da história do Sindicato, da luta e dos futuros desafios. “A gente fala que a criação do SINDUEPG foi em 2002, mas tem toda uma história de luta antes, que vem da primeira e segunda associação de docentes, a fundação do Sintespo, daí a fundação do SINDUEPG”, destaca o professor aposentado e ex-diretor do SINDUEPG, Oscar Herberto Fürstenberger.

“Comecei a docência em 1980 e já entrei na Associação de Docentes, que tinha um caráter de agregação e luta. Nossa representação sindical era, ainda, o Sinpropar, em Curitiba. Nos anos 80, já começaram os movimentos de luta e aí sentimos a necessidade de criar um sindicato local. Então, criamos um sindicato conjunto de professores e funcionários, em 1990, o Sintespo. A Associação de Docentes deixou de existir para nascer o Sintespo”, relembra. "Mas a ideia de criar um sindicato próprio, ligado ao Andes, sempre estava na nossa mente. Em 1998, recriamos a Associação de Docentes, visando transformar em seção sindical do Andes. Em 2002 foi criada a Seção Sindical do Andes, SINDUEPG”, recorda.

O professor Sérgio Gadini conta que fez parte da primeira gestão da diretoria, de dezembro de 2002 a 2004. “Não tínhamos estrutura nenhuma, era uma salinha e uma estudante paga como estagiária na secretaria”, relembra. “Quando o SINDUEPG começou a se estruturar, passou a intervir na cidade junto do movimento sindical. Até hoje temos essa participação nos movimentos sociais”, afirma. “Essa autonomia do movimento docente nos deu um fôlego. Nas primeiras assembleias, em que discutíamos greve em 2004, os professores ligados à reitoria pensavam que ainda podiam votar em bloco e barrar a greve. Ganhávamos deles no voto e eles começaram a recuar. Nós nunca criamos problema, sempre convidamos, de forma muito tranquila, para defender a Universidade. Defender professor e servidor é defender a Universidade, é essa a nossa avaliação”, diz.

O professor José Raulindo Gardingo, ex-diretor, rememora, ainda, a construção da sede do Sindicato. “Quando passou de Associação para o Sindicato, tínhamos um dinheiro em caixa que não era suficiente ainda, e eu e o professor Gadini fizemos um trabalho de parcelar e pagar a construção da nossa sede”, conta. Ele também destaca um desafio futuro para a nova diretoria: “Há um trabalho de inviabilizar as Universidades Estaduais e Federais, porque a bolha do ensino particular já explodiu. Isso é algo que vai ser um desafio para a nova gestão”.

Para o professor Marcelo Ubiali Ferracioli, último presidente de uma diretoria que cumpriu um biênio no SINDUEPG (2018-2020), o momento é desafiador, por isso, é satisfatório ter uma direção constituída. “É uma alegria, um alívio, uma felicidade ter uma nova direção”, diz. “Estamos numa situação terrível como todos sabemos, se a gente não encontrar aqui esses caminhos de nos unirmos, não sei o que será de nós. Vemos essa redução drástica de quadros, a Lei Geral das Universidades (LGU) voltando dos mortos, o que significa que nunca morreu de verdade, a gente fez uma greve de mais de 40 dias para derrubá-la, entre outras pautas, e agora ela volta”, relembra o professor sobre a greve de 2019, que durou 48 dias. “Desejo boa sorte e que contem conosco nessa luta”, acrescenta.