Comando de greve docente UEPG repudia autoritarismo do presidente da Assembleia Legislativa do Paraná

"Cala a boca, menina!", grita o deputado Ademar Traiano (PSDB), presidente do legislativo, direto da mesa diretora da Assembleia Legislativa do Paraná-ALEP. A agressão, em claro gesto de descontrole e autoritarismo, foi registrada na tarde da segunda-feira, 22/06/2015, quando professores ocuparam as galerias da ALEP para cobrar aprovação do índice de inflação na reposição salarial de 2015. Sem conseguir manter o controle, o  deputado Ademar Traiano afirmou que a senhora Loren Zanetti não era professora e que seria alguém infiltrado para criar desordem.

 

Alguns professores da rede pública presentes na ALEP, posteriormente, disseram que a senhora Loren Zanetti é professora da rede pública. Mesmo que a senhora Loren Zanetti não fosse professora, a única exigência para ingresso ao prédio da ALEP é  a apresentação de um documento de identidade na portaria, o qual não  qualifica profissionalmente os cidadãos que se dispõem a acompanhar os trabalhos do legislativo do Paraná, portanto, a atitude do deputado demonstra tentativa em desqualificar a manifestante.  Em seguida, o presidente do legislativo pediu que a segurança retirasse a professora da galeria. A atitude do dirigente máximo da ALEP, para além de confirmar um desrespeito e descontrole político, caracteriza um ataque ao exercício democrático, de acesso e circulação em espaços públicos.

 

Ao tentar desqualificar a manifestante, Traiano (PSDB) continuou apelando, no microfone da casa, com ameaça e desrespeitos à professora. "A foto dela esta aqui", atacou, ao mostrar o celular, em referência à presença da docente em outras manifestações na Assembleia.O Comando de Greve Docente da UEPG repudia a atitude autoritária e desrespeitosa que o deputado estadual, aliado do governador Carlos Alberto (PSDB), impôs, em gesto de arrogância e agressiva a uma pessoa que foi ao legislativo se manifestar contra projeto de retirada de direitos dos trabalhadores. Aos integrantes do Comando grevista da Universidade, com inúmeros professores que presenciaram a cena de agressão, pedem uma retratação pública do deputado, por escrito, em respeito ao uso do dinheiro público no Paraná.